sexta-feira, 4 de maio de 2012

AS MIL E UMA NOITES

As Mil e Uma Noites (Alf Lailah Oua Lailah) é uma obra clássica da literatura árabe, consitindo numa coleção de contos orientais compilados provavelmente entre os séculos XIII e XVI. São estruturados como histórias em cadeia, em que cada conto termina com uma deixa que o liga ao seguinte. Essa estruturação força o ouvinte curioso a retornar para continuar a história, interrompida com suspense no ar. O uso do número 1001 sugere que podem aparecer mais histórias, ligadas por um fio condutor infinito. Usar 1000 talvez desse a idéia de fechamento, inteiro, que não caracteriza a proposta da obra.

Foi o orientalista francês Antoine Galland o responsável por tornar o livro conhecido no ocidente (1704). Não existe texto fixo para a obra, variando seu conteúdo de manuscrito a manuscrito. Os árabes foram reunindo e adaptando esses contos maravilhosos de várias tradições. Assim, os contos mais antigos são provavelmente do Egito do século XII. A eles foram sendo agregados contos hindus, persas, siríacos e judaicos.

As versões mais populares hoje em dia são as que se baseiam em traduções de Sir Richard Burton (1850) e Andrew Lang (1898), geralmente adaptadas para eliminar as várias cenas de sexo do original

SINOPSE

O rei persa Périsa, vitimado pela infidelidade de sua mulher, mandou matá-la e resolveu passar cada noite com uma esposa diferente, que mandava degolar na manhã seguinte. Recebendo como mulher a Sherazade, esta iniciou um conto que despertou o interesse do rei em ouvir-lhe a continuação na noite seguinte. Sherazade, por artificiosa ligação dos seus contos, conseguiu encantar o monarca por mil e uma noites e foi poupada da morte.

A história conta que, durante três anos, moças eram sacrificadas pelo rei, até que já não havia mais virgens no reino, e o vizir não sabia mais o que fazer para atender o desejo do rei. Foi quando uma de suas filhas, Sherazade, pediu-lhe que a levasse como noiva do rei, pois sabia um estratagema para escapar ao triste fim que a esperava. A princesa, após ser possuída pelo rei, começa a contar a extraordinária "História do Mercador e do Efrit", mas, antes que a manhã rompesse, ela parava seu relato, deixando um clima de suspense, só dando continuidade à narrativa na manhã seguinte. Assim, Sherazade conseguiu sobreviver, graças à sua palavra sábia e à curiosidade do rei. Ao fim desse tempo, ela já havia tido três filhos e, na milésima primeira noite, pede ao rei que a poupe, por amor às crianças. O rei finalmente responde que lhe perdoaria, sobretudo pela dignidade de Sherazade.

Fica então a metáfora traduzida por Sherazade:

A liberdade se conquista com o exercício da criatividade.

Dentre as histórias mais famosas que ela conta estão as de Aladin (o rapaz preguiçoso que se transforma num príncipe graças à ajuda de um gênio encontrado numa lâmpada), de Simbad (o marinheiro que fica rico em sete viagens fantásticas) e de Ali Babá (que consegue fortuna enganando os famosos quarenta ladrões).

Scheherazade

Scheherazade (do persa شهرزاد), grafado também como Xerazade ou Sherazade, é a narradora das Mil e Uma Noites.

Conta-se que, com raiva de ter sido traído por sua primeira esposa, o rei Xeriar (do persa شهريار, “rei”) a cada dia desposava uma virgem, e todo o dia mandava matar a esposa com que passara a noite. Ele já matara três mil mulheres quando conhece Scheherazade, que se oferece para casar com ele apesar dos protestos do pai.

Uma vez nos aposentos do rei, Scheherazade pede para se despedir de sua irmã, Duniazade. No meio da conversa, como haviam combinado antes, Duniazade pede que a irmã lhe conte uma história. Scheherazade, que tinha lido livros e escritos de toda a espécie, conta uma história que, como havia planejado, cativa a atenção do rei. Ele pára e escuta a narrativa, escondido. Mas ela interrompe a narrativa para a concluir apenas na noite seguinte. Curioso para saber o final da história, o rei não mata Scheherazade. Nas noites seguintes, excitado com a narrativa, o rei pede novas histórias, e assim ele a mantém viva até que, depois de mil e uma noites e três filhos depois, o rei, entretido e moralmente elevado pela histórias, desiste de matá-la e faz dela sua rainha.

ALADIN

Aladim (uma corruptela do nome 'Alā 'ad-Dīn – do árabe علاء الدين, e que significa "nobreza da fé" – Aladdin, Aladdim ou ainda Aladino, em Portugal) é um personagem do conto Aladdin e a Lâmpada Maravilhosa, do ramo sírio de As Mil e uma Noites, e descrito como um malandro.

O conto possui variadas edições, mas a maioria delas preserva o teor central do enredo. Na versão do francês Antoine Galland, que inspirou as variadas traduções nos diferentes idiomas no Ocidente, o protagonista Aladim é descrito como um jovem adolescente que se recusa a aprender o ofício do pai, que é alfaiate, sendo descrito por sua mãe como imaturo, "esquecido que não é mais criança". Mesmo depois da morte do pai, quando tinha quinze anos, ele não se modifica – é travesso e prefere brincar a trabalhar. Por este motivo, é também descrito como mau e desobediente.

Aladim mantém-se despreocupado com uma definição para sua vida até ter um encontro com um feiticeiro ou mágico, que o procurava. Este encontro foi determinante para modificar sua trajetória. O mago, possuidor de muitos poderes e capaz de realizar muitos feitos, procura Aladim como um auxiliar eficaz para concretização de uma meta específica – obter uma "lâmpada maravilhosa", uma lamparina semelhante àquelas utilizadas na iluminação doméstica, mas que continha um "gênio" (em árabe djin) que a habitava e que era capaz de realizar todo e qualquer desejo a ele dirigido. A lamparina com o gênio era para o mago um recurso mágico que lhe daria mais poderes e que lhe permitiria realizar os desejos irrestritamente; mas ela estava guardada no interior de um jardim encantado, em uma espécie de gruta ou caverna, que continha muitas jóias e moedas de ouro.

O mago pede a Aladim que entre na caverna misteriosa para retirar de lá a lâmpada e, em troca, lhe oferece uma fortuna. Aladim entra na caverna e pega a lâmpada, mas o mago tenta ludibriá-lo na saída da gruta, e ele acaba preso na caverna com a lâmpada. O gênio que habitava a lâmpada se manifesta após um gesto acidental de esfregá-la, e concede a Aladim a realização de seus pedidos, que são todos consumados. Um dos desejos de Aladim foi o de se tornar um príncipe e desposar a princesa, filha do sultão. Ao transformar radicalmente sua realidade pessoal tornando-se príncipe, transforma-se em adulto, casa-se e passa a ser o governador de seu reino.

MORAL DA HISTÓRIA: Cada um extrai a sua. Reflita, consultando seu espelho interior, onde está refletida sua própria alma. Eu sugeriria uma, só para instigar:

CADA QUAL TEM SEU DIA DE GLÓRIA, SE -MESMO QUE ACIDENTALMENTE - DESPERTAR O GÊNIO QUE REPOUSA NO INTERIOR DE SUA LÂMPADA, MAIS VALIOSO QUE OS TESOUROS MATERIAIS QUE EVENTUALMENTE NOS CERQUEM, MESMO QUE ESTEJAMOS PRISIONEIROS EM UMA CAVERNA EM QUE A PRINCÍPIO TENHAMOS ENTRADO VOLUNTARIAMENTE OU PARA SATISFAZER A LASCÍVIA DE OUTREM.

Bom, ficou uma "moral" meio grande, mas é isso aí. Tente a sua.

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