segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A MAGIA DO SOM

"Ninguém pode se furtar à crença no poder mágico das palavras. (...) A confiança ante a linguagem é a atitude espontânea e original do homem: as coisas são seu nome. A fé no poder das palavras é uma reminiscência de nossas crenças mais antigas: a natureza está animada; cada objeto possui uma vida própria; as palavras, que são os duplos do mundo objetivo, são também animadas. (...) Algumas palavras se atraem, outras se repelem, e todas se correspondem. A fala é um conjunto de seres vivos, movidos por ritmos semelhantes aos que regem os astros e as plantas."





Assunto que sempre me fascinou e que paulatinamente vou dissecar, postando aqui e ali assuntos relacionados ao poder VIBRATÓRIO do som, entre eles a voz humana. Relaciono o tema à palavra VERBO dos escritos bíblicos e também á perspectiva que lhe deram os hindus.

Para começar, o seguinte texto é bastante ilustrativo e discorre sobre os MANTRAS:

"
Mantras
Sem descartar a ciência os compreende. Na era nuclear e física quântica devem ser compreendidos como princípios fonéticos vibratórios. Podemos entender que no "sem começo" a energia cósmica encontrava-se em repouso e equilíbrio, o nada era então o estado não manifesto, atemporal. Então, no akâsha, no "éter dinâmico", explodiu a vibração de origem. "No principio era... ": O Verbo, para São João; o big-bang para os físicos; o damaru, o tambor de Shiva, para o tântrico. E ao momento que engendrou o espaço-tempo valoroso à Einstein, o verbo, o som original – cujo eco vibrará no universo até a dissolução final, o mahapralâya – se diversificará num infinito derramar de seres e formas, pois, como a matéria é energia e vice-versa, tudo, universo ou grão de areia, é um campo de forças em perpétuo estado vibratório. Um indício do poder dos mantras acha-se na antiga teoria musical dos gregos; ou seja, se a nota-chave de qualquer corpo particular ou substância for conhecida, por meio de seu uso o corpo particular ou substância pode ser desintegrado. Cientificamente, todo o problema pode ser entendido pela compreensão da lei da vibração. Cada organismo apresenta sua própria freqüência vibratória, e devido à essa própria freqüência vibratória, cada organismo responde à um mantra pessoal e à uma entonação particular, e o mesmo ocorre com todo objeto inanimado, desde o grão de areia até a montanha e mesmo todo planeta ou Sol. Quando essa freqüência de vibração é conhecida, o organismo ou forma, através do uso oculto da mesma, pode ser desintegrado. Devido a isso os mantras são zelosamente guardados. Se a mente não estiver purificada, o indivíduo pode conduzir o mantra ao seu aspecto negativo, típico dos adeptos da magia negra que utilizam-no para saciar sua saga de poder e domínio sobre mundo o qual se firma, conseqüentemente atraindo para si os efeitos correspondentes de tal adharma. A pronunciação correta da mantra de uma divindade, segundo o ocultismo, depende tanto da pureza corporal quanto do conhecimento de sua devida entonação, de acordo com os mais árduos estudiosos um AUM não é igual a um AOM. Por conseguinte, é necessário para o devoto primeiro purificar, por meio de mantras purificadoras, a boca, a língua e depois a própria mantra, por um processo chamado de dar vida a ou despertar o poder adormecido da mantra. A habilidade oculta para usar apropriadamente uma mantra confere, segundo os conceitos, poderes sobrenaturais denominados Siddhi, e estes podem ser utilizados de acordo com o caráter do adepto tanto para bons atos como para o mal devido a isso as verdadeiras escolas de mistérios da alta magia branca impõem suas provações. Os mantras são sons sagrados que ajudam a entrar em estado de meditação. Dotados de grande força energética, eles também nos ajudam a realizar nossos desejos. Para que funcionem bem, convém praticá-los com regularidade, desde que estejamos dignos e aptos para isto - diariamente, ou pelo menos em dias alternados. Um mantra deve ser repetido 8 ou 108 vezes, porem à casos em que um mantra repetido por inúmeras vezes, ou acima de sete vezes, perde seu poder e em outros casos só devem ser utilizados em perigo iminente, pois não devemos utilizar o nome de Deus em vão. A pronúncia correta é muito importante para que ele se mostre eficaz, pois os mantras estão em idioma sânscrito, a língua sagrada dos hindus. Assim, onde aparece a letra h, repita como se fosse rr. Salvo alguns casos em que representa j exalada. Voltando-nos ao seu aspecto científico, ao elevarmo-nos na árvore evolutiva a linguagem animal torna-se complexa. Os répteis limitam-se a grunhidos e silvos, enquanto a complexidade e riqueza do canto dos pássaros, apesar de toda sua beleza, preenchem funções básicas de galanteio e ameaça, ao contrário da alegria que conceitua-se ser um atributo do sistema límbico mamífero. Este fato está elaborado além da arquitetura vocal dos répteis através de um desenvolvimento em escalada complexa atingindo um engrandecimento nos órgãos de ecolocalização do morcego, golfinho e baleia. Tornou-se provável que os animais se comunicam através da respectiva voz, porém a faixa de expressão se demonstra extremamente limitada. Os chimpanzés possuem cordas vocais que foram consideradas capazes da emissão de sons humanos, porém em tentativas de instilar a fala humana criando chimpanzés recém-nascidos na companhia de familiares humanos obteve como resultante uma expressão marginalmente coerente de um vocabulário demasiadamente limitado pela falta de uma equipagem necessária para a emissão da voz humana. O mesmo se vale no caso dos gorilas e orangotangos, enquanto um exame cuidadoso nos crânios de neandertalenses fossilizados levou ao conceito de que mesmo os hominídeos eram destituídos de todas as capacidades vocais menos as mais rudimentares. A resultante desses estudos tornou-se óbvia: Apenas o reino humano detém o poder da fala suficiente para dar voz à atividade tumultuada do córtex. Sem isso não haveria necessidade de falarmos, os centros da fala localizam-se na profundeza do crescimento cortical recente. O não partilhamento do homem de Neanderthal conosco deste cérebro anterior ausentaria o desenvolvimento cerebral necessário, quer as cordas vocais estivessem desenvolvidas suficientemente ou não. Isso torna-se evidente inclusive no desenvolvimento do ser humano jovem, no qual o crescimento das regiões cerebrais aumenta devido a idade atingindo seu clímax na maturidade com o fechamento das suturas do cérebro, sinal arqueológico que revela estarmos lidando com um adulto, ao mesmo tempo que se inicia a compreensão da linguagem, o pleno desenvolvimento do sistema vocal e o despertar das funções superiores do cérebro. Desta forma, a chave da humanidade se encontra na linguagem e não somente na fala; a linguagem humana abrange a articulação em potencialidade de todas as funções cerebrais a partir da necessidade básica de sobrevivência programada para entrar no chassi neural, passando pelo vocabulário limitado da agressão, hierarquia e ritual do passado reptiliano e pela propagação emocional do sistema límbico dos mamíferos pelos domínios superiores do córtex, enunciando o pensamento simbólico e criativo. O elo existente entre pensamento e linguagem torna-se interessantíssimo pelo fato de apercebermo-nos pensando com palavras, de modo que podemos conceituar que os dois são sinônimos. Porém na atualidade a opinião da psicologia é que na realidade a linguagem e o pensamento são sistemas simbólicos diferentes não se encontrando necessariamente relacionados entre si embora podendo serem utilizados em conjunto devido ao fato de que muitos complexos pensamentos se tornam difíceis de articular em um fluxo linear de palavras, sabendo-se que muitos conceitos matemáticos, como os que implicam o espaço tridimensional são mais compreensíveis quando expressos em equações matemáticas do que expressos em palavras. Desta forma inúmeros processos de pensamento não necessitam ser codificados lingüisticamente em exemplo das capacidades motoras. A capacidade musical contida além da força das palavras torna-se também um forte argumento para independência desses sistemas. Apesar disso torna-se em geral mais fácil expressar as idéias pela voz do que pela escrita, que de fato, veio muito após a fala, como ocorre com as crianças. A pesquisa demonstra que a lembrança é facilitada ao se ouvir do que ao ver, e, a isso é denominada memória ecóica consistente em impressões muito mais longas do que a memória visual, como foi descrito em vários compêndios de psicologia cognitiva. Dessa forma torna-se possível aprender uma quantidade enorme de prosa ou poesia sem entender absolutamente nada, bastando reportar-nos à sociedades primitivas complexas como a dos celtas e dos incas, que eram totalmente analfabetas confinando toda a escrita à memória, tendo atingido níveis de organização social elevados e, a despeito da ausência da escrita, uma vasta riqueza de conteúdo literário e religioso. Inúmeras sociedades semelhantes utilizavam amplamente o ídolo em suas respectivas religiões, muito embora algumas fossem excessivamente sanguinárias e ritualistas, podendo ser auto-realizante adentrarmos no estudo de existir um elo entre esses dois fatores até o momento não relacionados. Podemos observar dessa forma que a linguagem acompanha o enorme desenvolvimento do córtex humano e a linguagem é uma das atividades mais ricas da mente humana, de maneira que tem de servir à exprimir uma parcela tão grande da atividade humana. Embora no momento o esperanto não tenha ainda se tornado o dialeto universal, representando nossas milhares de línguas apenas uma fração mínima dos que existiram há mil anos, pois seu numero tende a diminuir à medida que agrupamentos políticos e sociais crescentes absorvem as línguas marginais e das minorias e as guerras devido à diferenças ideológicas também expressas pela linguagem eliminam os adeptos das mesmas. Porém nosso interesse não repousa no interessante motivo da existência de um número tão grande de línguas, ou a filogenia e evolução das linguagens, mas sim nos aspectos básicos da linguagem, tanto na produção como na percepção, devido à nossa busca estar focalizada entre estes aspectos–chave. O estudo lingüístico é um atrativo à muitas disciplinas de acordo com suas prioridades. Os neurobiologistas preocupam-se com a produção da linguagem, os lingüistas interessam-se pelo conteúdo e os filósofos pelos significados exatos, sempre alheios ao contexto biológico. Os psicolinguistas visam relacionar as línguas ao comportamento que possuem implicações biológicas óbvias. Atrás dessas disciplinas acadêmicas o uso bem-feito da linguagem possui uma importância vital em qualquer profissão que possua algum conteúdo oratório, exemplificando-se no campo teológico e legislativo, além dos casos artísticos. Atividades estas que exigem habilidade verbal, simbólica e lingüística; habilidades que são funções de análise e de organização que pertencem principalmente ao lado esquerdo do cérebro. Isso realça o fato de que, para existir, o que implica em ser utilizável e comunicável em qualquer nível, qualquer língua necessita de uma estrutura rígida e um conjunto de regras hierárquico que todos os usuários possam obedecer e seguir na esperança de que os outros também o façam. Pela lingüística a linguagem possui uma estrutura quase atômica podendo ser dividida em componentes menores. Exemplificando, ao tomarmos uma sentença podemos dividi-la em orações que por sua vez se subdividem em sujeito, objetos, verbo e grupos complementares de advérbios, adjetivos, preposições, pronomes e assim por diante, se adentramos na abordagem da analise gramatical. Concluído isto adentramos à uma árvore genealógica da lógica e dos componentes da frase, e os componentes atômicos dessa dissecção são as palavras. No caso da filosofia e da filogenia satisfazemo-nos em parar a dissecção neste ponto concentrando-nos a atenção no significado e derivação das palavras individuais, porém os lingüistas não abandonam as palavras desse modo, pois possuem um interesse básico em focalizar a maneira pela qual as palavras se juntam nas frases e orações, implicando em um estudo de sintaxe ou gramática e de semântica ou significado, ambos expressos tanto na estrutura superficial como no significado subjacente a uma frase, o que não necessariamente possam possuir o mesmo significado como sabem as pessoas minuciosas. O aspecto do estudo lingüística mais intrigante de uma língua é a capacidade que se percebe que os indivíduos possuem de enunciar frases muito elaboradas sem refletir nem preparar nada de antemão, assim como compreender o significado de uma torrente de palavras sem esforços conscientes. Isso nos conduz a crer que o uso das regras da língua está embutido em nós, como nos demonstram os estudos feitos no centro da fala existente no cérebro. Os psicolingüistas estão interessados em adentrar na fase seguinte, que é subatômica, indo mais além do que os lingüistas. Nessa fase as palavras são divididas em fonemas, a menor unidade individual, correspondendo aproximadamente às letras do alfabeto pronunciadas em uma palavra, paralelamente com o estudo da produção e percepção das mesmas. A fonética, o isolamento de fonemas individuais dentro da palavra, é uma ramificação natural desse estudo, outra disciplina, a "pausologia" está correligada ao papel das pausas que existem entre as palavras e com a modulação dada quando se fala. Neste resumo deste campo da psicolinguística encontramos um paradoxo que nos conduz à outra fase mais adiantada da descoberta do significado verdadeiro da língua. Se podemos dividir a produção da fala em unidades fonémicas pequenas que estão em correspondência com o efeito da laringe sobre o ar que é expelido dos pulmões, nos demonstrando que a percepção da linguagem depende de unidades de significado, isto é, do sintagma, grupos de fonemas ligados por pausas e reunidos em silabas inteligíveis; cada grupo em geral contém sete sílabas. O "Número Mágico 7" ocorre em estudos de memória de curto prazo, descrevendo a dificuldade de reter mais unidades de informação em relação ao nosso período de atenção aos quais parece que nossos padrões de linguagem estão relacionados, com os impulsos fonémicos e silábicos e com limites das pausas de espera. Outros campos de pesquisa atuam sobre o conceito de segmentação de esquemas da fala, porém as duas abordagens coincidem quanto ao significado dos limites das pausas na produção e percepção da fala. Torna-se o maior inconveniente desta pesquisa ter sido conduzida em dois extremos de um contínuo, o estudo exaustivo e teórico da produção e percepção de cada fonema individualmente e o estudo dos verdadeiros esquemas de fala e conversação. O que parece ninguém ter considerado pela ciência, porém de grande relevância é a dinâmica dos fonemas, do sintagma e da articulação da expressão ritual, em cujos comentários identificamos vários aspectos da expressão ritual de grandioso significado, falamos do uso da linguagem arcana, em que nas orações e rituais os parâmetros sintáticos e semânticos não estão acoplados, e falamos da repetição das cadências religiosas como auxiliar da concentração, demonstrados na enunciação dos mantras e da sublimação de esquemas da fala na música, tanto cantada como instrumental, como fator central no gestalt do culto. Isto tudo adquire um significado supremo ao esclarecimento do conhecimento atual da produção e percepção da fala, agora revelados como efeitos de amplificação que fornecem sinais acústicos para a imagem de modo a que esta se acople com a rede interna. Desta forma podemos colocar-nos em posição de prever que um estudo minucioso da relação intercultural dessa expressão ritual pode revelar padrões de ativação insuspeitados cuja força não possui paralelos, pois o fornecimento de sinais acústicos para a rede neural humana provoca um estímulo forte ao qual o cérebro tem de responder ao mesmo tempo que se estabelece uma onda de pressão que vai acionar a força do ídolo. Isso implica de que essa expressão ritual aciona uma reação do cérebro, talvez por um acoplamento de taxas de pulsação de uma descarga nervosa e da produção de fonemas, sugerindo a possibilidade de ser libertado um sinergismo devastador, um sinergismo do qual o cérebro participa em todos os níveis, partindo do ritual, passando pela satisfação e chegando à cerebração mais refinada. Em um outro aspecto do poder do som está a Meloterapia reportando-nos que cada som emite uma certa cor e assume uma forma definida, assim como qualquer forma é possuidora de um som associado desta forma tudo que existe, da molécula ao homem, do planeta ao sistema solar possui sua nota-chave, sendo que, as somatórias dessas notas compõem a música das esferas, assim sendo, tudo pulsa mediante um ritmo definido, inclusive o próprio universo, do mesmo modo que os órgãos do ser humano emitem suas notas e em conjunto perfazem a nota vital fundamental do homem. Há sete centros correspondentes aos sete chakras e à música heptatonal, sendo que a música contribui para o seu desenvolvimento gradual capacitando-os ao desenvolvimento de seus poderes. O valor terapêutico da música foi reconhecido desde a tempos remotos. Paracelso, prescrevia certas composições no intuito de sanar moléstias."

BREVE COMENTÁRIO:

Creio veementemente que o poder da voz, quando são reproduzidas as vibrações corretas, é capaz de influenciar no estado energético. Ora, todos sabemos que os átomos não estão imóveis, mas em constante VIBRAÇÃO. Assim, a matéria, apesar de ainda não ter se convertido em energia, nem por isso, repito, está inerte, mas VIBRANDO. O poder do som, em determinada escala vibratória, todos sabem, é capaz de quebrar cristais e mesmo já se sabe do poder do ultra-som. Brevemente vou explorar o assuntodo ponto de vista bélico. Como no caso das muralhas de Jericó.

Até breve!

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