sábado, 19 de janeiro de 2008

SHAKESPEARE E A NÃO "ULTRAPASSIBILIDADE" DA LUZ: OS TÁQUIONS

OS ANJOS NADA MAIS SÃO QUE OS TÁQUIONS!

Os famosos mensageiros de Deus, na verdade são os táquions. Sim, pois não interagem com matéria mais lenta que a luz. Senão vejamos:

A possível existência de partículas mais velozes que a luz, ou táquions, foi sugerida muito antes que os primeiros esquemas hipotéticos de viagem no tempo fossem desenvolvidos. Encontrei uma interessante discussão sobre eles, porque os táquions não permitiriam uma viagem no tempo real; na melhor das hipóteses tornariam possível enviar mensagens para o passado.

Foi assinalado anteriormente que nada pode se mover mais rápido que a luz. Acontece, porém, que talvez isso não seja de todo verdadeiro. Em meados da década de 1960, os físicos Gerald Feinberg e George Sudarshan demonstraram independentemente que a relatividade especial não exclui a existência de partículas mais velozes que a luz; implica apenas que, se existissem, tais partículas jamais poderiam se mover com velocidades menores que a da luz. Elas iriam deparar com a barreira da infinidade pelo outro lado.

Se os táquions existirem, devem ter algumas maneiras muito esquisitas de se comportar. Por exemplo, se um táquion perdesse energia, passaria a se mover mais depressa, não mais lentamente. E se a energia de tal partícula caísse a zero, ela se deslocaria pelo espaço com velocidade infinita. Mas essa "esquisitice" é claro, não é argumento contra a existência dos táquions. Afinal, a idéia certamente soa menos estranha que a de um mar de elétrons negativos de Dirac, ou que a de um elétron dotado de carga e massa infinitas.


Se os táquions existirem, e se fosse possível criar feixes de táquions no laboratório, provavelmente seria possível usar táquions para enviar mensagens para o passado. Como seria de esperar, isso poderia conduzir a paradoxos tão intricados como aqueles associados à viagem no tempo. Por exemplo, seria possível enviar o projeto para um novo tipo de tecnologia para vários anos atrás, ou mesmo para décadas atrás. A tecnologia poderia então ser "inventada" no passado, e a razão por que a teríamos hoje seria o fato de ter ela sido desenvolvida tempos atrás. Mas, em tal caso, de onde teria vindo a idéia original? De maneira semelhante, poderíamos transmitir as peças de Shakespeare para épocas anteriores àquela em que ele as escreveu. Se Shakespeare depois as copiasse, significaria isso que as peças surgiram do nada? Nessas circunstâncias, a questão da autoria das peças de Shakespeare seria realmente um problema. Para levar adiante esse cenário, é claro, teríamos de pensar em algum modo de remeter as mensagens para Shakespeare, que provavelmente não possui um receptor de táquions.

Outros paradoxos possíveis se parecem com aqueles associados à viagem no tempo. Suponha que um amigo morre num desastre de automóvel e eu envio uma mensagem para o passado avisando-o para não ir de carro para lugar nenhum naquele dia fatal. Se seguir meu conselho, ele não morrerá num desastre e, para começar, não haverá razão para que eu lhe mande a mensagem.

Depois que Feinberg e Sudarshan mostraram que a existência de táquions podia ser possível, realizaram-se vários experimentos para detectá-los. Todos produziram resultados negativos, e nem Feinberg acredita mais que os táquions têm muita chance de serem reais. Vou mostrar, contudo, que a possibilidade de sua existência não foi definitivamente excluída. É possível até que eles existam em grandes números, mas que não interajam com matéria mais lenta que a luz. Nesse caso, não se poderia dizer que são uma parte de nosso universo.

A questão da existência dos táquions tem um interesse adicional. Ela suscita a questão: quando descobrimos que a existência de algo é possível, devemos então supor que ele existe? O físico Murray Gell-Mann, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, expressou esta idéia de forma ligeiramente diferente, conhecida como o "regime totalitário da Física": "Tudo que não é proibido é compulsório”.O "regime totalitário" pode ser uma máxima útil para cientistas que trabalham no campo da Física das partículas de alta energia. Se certo tipo de interação entre partículas não é proibido pelas leis conhecidas da Física, é razoável esperar que aconteça, Mas será o "regime totalitário" sempre verdadeiro? A natureza não seguiria por vezes o que poderíamos chamar de "o regime democrático da Física?” Isso poderia ser expresso assim: "Tudo que não é proibido é permitido, mas não exigido”.Assim, é fácil ver que, se o "regime totalitário" for sempre verdadeiro, os táquions devem estar lá. Se o "regime democrático" for verdadeiro, isso não é necessário.

Um comentário:

Anônimo disse...

O texto é ótimo. Bem esclarecedor para um assunto tão complexo.

Vi um estudo da possibilidade de se fazer viagens no espaço em naves revestidas de taquions, o que lhes daria velocidade superior à da luz e possibilitaria que visitássemos outras galáxias.

Sobre viagem ao passado eu tenho uma teoria que resolve a questão do paradóxico do avô. Aínda estou estudando-a.